A cultura do amendoim enfrenta um grande inimigo: a mancha-preta, uma doença fúngica que desafia até os manejos mais rigorosos. Causada pelo fungo Cercosporidium personatum, essa doença não apenas reduz a área fotossintética das plantas, mas também compromete a qualidade dos grãos, com perdas que podem ultrapassar 70% da produtividade em lavouras sem monitoramento e adoção de medidas de controle.

Com ciclos de infecção acelerados e alta capacidade de dispersão, a mancha-preta é uma doença que exige estratégias de controle precisas e eficientes. Nesse contexto, o controle biológico com o uso de biofungicidas emerge como uma solução promissora, aliando ciência de ponta às demandas por sistemas agrícolas resilientes e sustentáveis.

Neste artigo, conheça detalhes sobre a mancha-preta, seu impacto econômico na cadeia do amendoim e as soluções sustentáveis que estão revolucionando o manejo da doença. Leia mais a seguir!

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Desvendando a mancha-preta: agente causal, ciclo de vida e sintomas da doença

A mancha-preta, causada pelo fungo Cercosporidium personatum, é uma das doenças mais agressivas na cultura do amendoim, infectando folhas, hastes e até vagens. Sua agressividade está ligada ao ciclo biológico rápido do patógeno: as primeiras lesões surgem entre 40 e 45 dias após a emergência das plantas, comprometendo a fotossíntese e desencadeando desfolha precoce.

O desenvolvimento da doença é favorecido por condições climáticas específicas: temperaturas entre 20 °C e 26 °C e molhamento foliar superior a 10 horas. Esses fatores aceleram a esporulação do fungo, que forma estruturas reprodutivas na face abaxial das folhas.

Estudos destacam que a fase teleomórfica – reprodução sexuada – do fungo (Mycosphaerella berkeleyi) é rara, mas a fase anamórfica – reprodução assexuada por conídios – é a principal responsável pela infecção.

Dentre os principais sintomas provocados pela mancha-preta, pode-se destacar:

  • Lesões pretas circulares: pequenas manchas de coloração preta com bordos definidos de 1 a 10 mm de diâmetro, que se expandem e coalescem.
  • Esporulação na face inferior das folhas: estruturas escuras (como um “pó”) visíveis com auxílio de lupa.
  • Amarelecimento e queda prematura das folhas, reduzindo a área fotossintética ativa.
Pés de amendoim com folhas com pontuações escuras, sintomas típicos da doença mancha-preta.

Sintomas da mancha-preta no amendoim (Cercosporidium personatum). Fonte: BISONARD et al., 2020.

A disseminação rápida do patógeno exige monitoramento constante, especialmente em regiões com histórico da doença. 

Impacto econômico da mancha-preta na cultura do amendoim

A mancha-preta está entre as doenças de maior impacto à rentabilidade do amendoim. Dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) indicam perdas de até 70% em lavouras não controladas, principalmente devido à redução da área foliar fotossinteticamente ativa. Quando as folhas caem precocemente, a planta não consegue acumular nutrientes suficientes para o enchimento das vagens, resultando em grãos chochos ou deformados.

Lavoura de amendoim apresentando desfolha severa, com caules expostos, sintomas típicos da doença mancha-preta.

Lavoura de amendoim afetada pela doença mancha-preta (Cercosporidium personatum). Fonte: BISONARD et al., 2020. 

Além disso, grãos de plantas infectadas sofrem desvalorização no mercado. Compradores rejeitam lotes com grãos menores ou com danos, reduzindo a margem de lucro. Por isso, adotar medidas preventivas é essencial para proteger a produtividade das lavouras. 

Nesse cenário, o uso de biofungicidas tem se destacado entre os métodos de controle pertencentes ao Manejo Integrado de Doenças (MID), aliando eficiência e sustentabilidade.

Biofungicidas no amendoim: tecnologia aliada à sustentabilidade

A busca por soluções sustentáveis no controle da mancha-preta do amendoim tem impulsionado a adoção de biofungicidas, produtos que são formulados a partir de microrganismos benéficos – como bactérias do gênero Bacillus – ou metabólitos naturais capazes de inibir o estabelecimento e o desenvolvimento de patógenos. 

Esses produtos atuam por mecanismos que vão além do combate direto às doenças: promovem o equilíbrio microbiológico do solo, fortalecem a resistência natural das plantas e protegem a lavoura, integrando-se ao manejo e mantendo a saúde do solo e a biodiversidade.

Dentre esses mecanismos de ação que os biofungicidas podem apresentar e que contribuem para o controle da mancha-preta no amendoim, pode-se destacar:

  • Competição por nicho e nutrientes: microrganismos benéficos colonizam folhas e solo, limitando o espaço para o estabelecimento de Cercosporidium personatum.
  • Produção de metabólitos antifúngicos: compostos naturais, como lipopeptídeos e enzimas líticas, degradam a parede celular do fungo.
  • Indução de resistência sistêmica (IRS): ativam genes de defesa da planta, elevando sua resposta a infecções futuras.

Essa abordagem múltipla reduz a pressão de seleção sobre os patógenos, prolongando a vida útil dos defensivos químicos. Além disso, os biofungicidas, ao potencializarem o crescimento das plantas e do seu sistema radicular, promovem o estabelecimento de uma microbiota benéfica do solo, essencial para ciclagem de nutrientes e estruturação do perfil agrícola.

Nesse contexto, a Syngenta apresenta ao mercado REVERB® um biofungicida de alta performance formulado com cepas exclusivas de Bacillus subtilis, Bacillus pumilus e Bacillus velezensis. Combinando ação imediata e proteção prolongada, ele simplifica o manejo ao ser compatível com os principais defensivos do mercado, se integrando às estratégias do MID.

REVERB® : O parceiro biológico que proporciona proteção máxima contra a mancha-preta

produto reverb

Desenvolvido pela Syngenta com base em décadas de pesquisa em biocontrole, REVERB® é um biofungicida de ação preventiva que redefine o padrão de eficiência ao unir três cepas exclusivas de Bacillus B. subtilis, B. pumilus e B. velezensis – em uma formulação que opera em sincronia com as necessidades do produtor. 

Enquanto biofungicidas convencionais podem demorar para entrar em ação, REVERB® atua desde o primeiro contato com a folha: seus endósporos viáveis liberam metabólitos antifúngicos em minutos, desestabilizando a estrutura celular do Cercosporidium personatum antes mesmo que os primeiros sintomas surjam.

Porém, a tecnologia por trás de REVERB® vai além do controle imediato. Após a aplicação, as bactérias colonizam a superfície foliar em tempo recorde, formando um biofilme protetor que funciona como uma “blindagem viva” contra a fixação de novos esporos. Paralelamente, a planta recebe estímulos bioquímicos que ativam seus sistemas de defesa, tornando-a menos vulnerável a infecções secundárias.

Na prática, REVERB® simplifica o manejo diário: REVERB® é compatível com os principais defensivos do mercado. Essa sinergia permite que o produtor otimize custos e minimize o risco de resistência, já que a pressão sobre um único modo de ação é drasticamente reduzida.

Além disso, sua formulação estável dispensa refrigeração e mantém a viabilidade dos microrganismos mesmo sob temperaturas de até 35 °C. Isso faz com que REVERB® possua um maior tempo de prateleira, permitindo que o produto permaneça eficaz por mais ciclos, evitando desperdícios e proporcionando aplicações precisas mesmo em safras com janelas climáticas apertadas.

Mais que um biofungicida, REVERB® é uma ferramenta estratégica para quem busca lavouras produtivas, solos saudáveis e sistemas de produção cada vez mais sustentáveis!

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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